Donna Haraway em seu livro “Manifesto para Ciborgues: Ciência, Tecnologia e Feminismo Socialista no Final do Século XX”, propõe a criação de uma identidade em favor das diferenças, reivindicando as possibilidades de uma apropriação politicamente responsável da ciência e da tecnologia.
Esse livro foi publicado pela primeira vez em 1985 e utiliza o ciborgue como uma metáfora para mostrar as transformações sociais e políticas do Ocidente na virada do século. Essas transformações dizem respeito, principalmente, aos desafios trazidos pelo binômio ciência e tecnologia, tanto no que diz respeito à nossa percepção do mundo e de nós mesmos, quanto para as nossas relações sociais.
Ciborgue é a ruptura,e a confusão o que é apropriado para uma nova política. Donna Haraway propõe o rompimento com muitos movimentos sociais que provocaram o fracasso ao operar em categorias como classe, raça e gênero. Harraway crítica o movimento feminista pelo modo que ele vem operando com a categoria mulher de forma naturalizada. Seria necessário romper com essa política e substituir por uma política de afinidade. Isso seria o modelo do ciborgue, o mito fundante dessa nova política de identificação construída a partir da afinidade, longe da lógica da apropriação de uma única identidade. Harraway propõe deslocar outras dicotomias que operam no Ocidente. Seria necessário romper come essa lógica dualista em favor da fragmentação, da parilidade ou mesmo da contradição, escapando do dualismo e mantendo a satisfação humana.
Uma característica do discurso criacionista é complexificar a reflexão sobre as relações sociais cada vez mais mediadas pela ciência e a tecnologia. Neste trabalho, Harraway faz uso do ciborgue e de uma vasta literatura de ficção científica. Podem emergir uma nova maneira de relacionar criticamente a ciência coma tecnologia, e com isso, novas possibilidades de políticas interessantes para o século XXI.
segunda-feira, 23 de novembro de 2009
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